A mulher, enquanto par e ser biologicamente semelhante ao homem, sempre foi vista como inferior apenas por divergir do homem no sistema reprodutor.
Com efeito, desde o início das civilizações que o género feminino é discriminado e excluído da vida em sociedade. Vejamos na Grécia Antiga: o papel da mulher confinava-se à lida doméstica e à educação dos filhos. Na vida política de Atenas, ainda que fosse possível nela participar cidadãos atenienses – entenda-se com pai e mãe ateniense -, as mulheres eram excluídas do direito de tomar parte na recente democracia.
Na Idade Média era entendida como objeto de propriedade, sendo útil apenas para a procriação e manutenção das famílias. Para além disso, era também símbolo do pecado, devido à forte influência da religião, pensamento que, infelizmente, pouco se alterou no decorrer dos séculos.
Contudo, a partir do século XIX - estando na sua génese a Revolução Industrial e as precárias condições de trabalho (nomeadamente o facto de a mulher ganhar metade do salário do homem) -, começaram a aparecer movimentos como forma de protesto, pois a mulher começou a ter consciência da sua condição.
Também, por esta altura, o sufrágio – e a própria participação na vida política - já era encarado como um direito civil (ainda que permitido apenas aos homens). As mulheres exigiam o fim da ostracização política; queriam ser levadas a sério.
Na esfera económica, tal como referido acima, era notória a diferença colossal de salários e, mais uma vez, o sexo feminino demandava igualdade.
Aos poucos, as sociedades ocidentais foram cedendo às exigências femininas. Para celebrar essa luta, a Organização das Nações Unidas oficializou, em 1975, o Dia Internacional da Mulher, representando assim as vitórias e conquistas conseguidas (muitas legislativas e outras sociais e culturais).
Todavia, há sociedades que não evoluíram, estagnaram no tempo, preservando assim a submissão das mulheres. Mais preocupantemente, trata-se de uma questão cultural, da mentalidade das sociedades, sendo, por isso, muito mais moroso o seu progresso.
É importante reter que a discriminação contra as mulheres atinge patamares de violência alarmantes: “seleção pré-natal do sexo, infanticídio de meninas, mutilação genital feminina, casamentos forçados precoces, crimes de honra, crimes relacionado com o dote, assédio sexual, perseguição, violação como arma de guerra, discriminação no acesso à educação, à saúde, ao crédito, e outras discriminações e violências”*.
É certo que os direitos das mulheres foram afirmados como direitos humanos em 1993 na Conferência Mundial de Direitos Humanos de Viena, e que são universais, indivisíveis e alienáveis, protegidos por diversos acordos de direitos humanos internacionais, com o auxílio de medidas regionais e nacionais. No entanto, a violência e discriminação continuam bem presentes.
Perceba-se que o Dia da Mulher, ao contrário do que uma grande maioria pensa, comemora-se para celebrar as lutas sucedidas na mudança e evolução do papel da mulher e respetivos direitos. Comemora-se também como forma de apelo à sensibilização, à consciencialização da desigualdade social, cultural, política e económica. Apela-se, no fundo, à igualdade de géneros.
Para concluir, para nós “ocidentais”, seria impensável ver as nossas filhas, esposas, amigas – todas as mulheres – oprimidas, proibidas social e culturalmente de viverem as suas vidas como entendessem. Ou pior, vítimas de abusos físicos, social e culturalmente justificados.
*http://observador.pt/opiniao/os-direitos-das-mulheres-sao-direitos-humanos/
Com efeito, desde o início das civilizações que o género feminino é discriminado e excluído da vida em sociedade. Vejamos na Grécia Antiga: o papel da mulher confinava-se à lida doméstica e à educação dos filhos. Na vida política de Atenas, ainda que fosse possível nela participar cidadãos atenienses – entenda-se com pai e mãe ateniense -, as mulheres eram excluídas do direito de tomar parte na recente democracia.
Na Idade Média era entendida como objeto de propriedade, sendo útil apenas para a procriação e manutenção das famílias. Para além disso, era também símbolo do pecado, devido à forte influência da religião, pensamento que, infelizmente, pouco se alterou no decorrer dos séculos.
Contudo, a partir do século XIX - estando na sua génese a Revolução Industrial e as precárias condições de trabalho (nomeadamente o facto de a mulher ganhar metade do salário do homem) -, começaram a aparecer movimentos como forma de protesto, pois a mulher começou a ter consciência da sua condição.
Também, por esta altura, o sufrágio – e a própria participação na vida política - já era encarado como um direito civil (ainda que permitido apenas aos homens). As mulheres exigiam o fim da ostracização política; queriam ser levadas a sério.
Na esfera económica, tal como referido acima, era notória a diferença colossal de salários e, mais uma vez, o sexo feminino demandava igualdade.
Aos poucos, as sociedades ocidentais foram cedendo às exigências femininas. Para celebrar essa luta, a Organização das Nações Unidas oficializou, em 1975, o Dia Internacional da Mulher, representando assim as vitórias e conquistas conseguidas (muitas legislativas e outras sociais e culturais).
Todavia, há sociedades que não evoluíram, estagnaram no tempo, preservando assim a submissão das mulheres. Mais preocupantemente, trata-se de uma questão cultural, da mentalidade das sociedades, sendo, por isso, muito mais moroso o seu progresso.
É importante reter que a discriminação contra as mulheres atinge patamares de violência alarmantes: “seleção pré-natal do sexo, infanticídio de meninas, mutilação genital feminina, casamentos forçados precoces, crimes de honra, crimes relacionado com o dote, assédio sexual, perseguição, violação como arma de guerra, discriminação no acesso à educação, à saúde, ao crédito, e outras discriminações e violências”*.
É certo que os direitos das mulheres foram afirmados como direitos humanos em 1993 na Conferência Mundial de Direitos Humanos de Viena, e que são universais, indivisíveis e alienáveis, protegidos por diversos acordos de direitos humanos internacionais, com o auxílio de medidas regionais e nacionais. No entanto, a violência e discriminação continuam bem presentes.
Perceba-se que o Dia da Mulher, ao contrário do que uma grande maioria pensa, comemora-se para celebrar as lutas sucedidas na mudança e evolução do papel da mulher e respetivos direitos. Comemora-se também como forma de apelo à sensibilização, à consciencialização da desigualdade social, cultural, política e económica. Apela-se, no fundo, à igualdade de géneros.
Para concluir, para nós “ocidentais”, seria impensável ver as nossas filhas, esposas, amigas – todas as mulheres – oprimidas, proibidas social e culturalmente de viverem as suas vidas como entendessem. Ou pior, vítimas de abusos físicos, social e culturalmente justificados.
*http://observador.pt/opiniao/os-direitos-das-mulheres-sao-direitos-humanos/
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