O melhor que se pode ter

Existem vários tipos de amor - ele não se restringe ao amor romântico. Amor é o colo da mãe e o mimo do pai. É o abraço da avó e o sorriso e olhar do avô quando nos veem chegar. É a inquietude e alegria do nosso cão quando nos pressente a chegar a casa.

Mas, para além dos laços familiares - que são, acima de tudo, grandes pilares e essenciais fontes de carinho -, existe o amor de amigo. Os amigos são-nos igualmente família: são parte de nós. Não temos para com eles qualquer tipo de obrigatoriedade moral, porque os escolhemos, logo, há mais espaço e liberdade. Conquistam a nossa proximidade e intimidade. Leem-nos o pensamento com um olhar, um sorriso, um gesto. Deixam-nos à vontade, deixam-nos ser nós próprios sem constrangimentos nem julgamentos - ou assim deveria ser. Ao fim ao cabo nem sabemos ao certo porquê, mas é certo que existe um forte laço que nos liga àqueles a quem chamamos irmãos de coração. São pessoas a quem recorremos nos maus momentos, e nos bons também, quando não apetece nada e quando apetece tudo. São um conforto e em simultâneo uma extravagância: tanto podem ser o rosto familiar que nos ampara no meio da confusão, como o empurrão que precisávamos para voar. Um extra que nos complementa.

É preciso, no entanto, tal como em qualquer outro tipo de amor, de o regar e cuidar como se de uma flor rara e preciosa se tratasse. Uma mensagem de vez em quando, fazer um telefonema e perguntar "O que tens andado a fazer?", ou o meu favorito, combinar um café. Quando foi a última vez que combinaste um café ou um lanche ou o que quer que seja?

Comentários