Repouso de verão

Costumo deitar-me na rede da Tília a seguir ao almoço. Aqui ouço apenas e tão-somente o som da brisa que embate nas árvores que cercam o meu "quintal" e o chilrear dos passarinhos; ocasionalmente poderei ouvir as ovelhas que a minha avó cria. Tudo o que até aqui descrevi são sons da natureza, portadores do maior poder de relaxamento. Não é por acaso, aliás, que os aparelhos de white noise reproduzem sons da natureza para aqueles que têm dificuldade em adormecer. Eu já perdi a conta das sestas que dormi nesta rede. Ou das vezes que vim aqui para simplesmente relaxar. A respiração abranda-se-me e não existe nada mais do que o aqui e o agora para além do céu azul que contemplo.


Nos dias que correm é impossível não nos deixarmos levar por todas as possibilidades de atividade disponíveis - há sempre algo para fazer, algo para experimentar, algo novo para ver. Os smartphones vibram notificações, a televisão transmite algum episódio novo daquela série que seguimos (ou limitamo-nos apenas a ver um que já vimos inúmeras vezes), e nunca estamos realmente em silêncio. Muitos aproveitam as férias para desligar, deixar o telemóvel de lado e não se deixar absorver pelas infinitas distrações e tentações digitais (e não só). É bom saber desintoxicar a cabeça e o corpo, deixarmo-nos levar apenas pelos dias livres para fazer o que nos apetecer, seja viajar, beber um copo a ver o pôr do sol, adiantar leituras. Já que o tempo assim o convida, que saiamos mais à rua para nos fascinarmos com o mundo!
Por minha vez, estou descansada como não estava há algum tempo. Retomei as minhas caminhadas de final do dia, as voltinhas de bicicleta, os cafés e copos com amigos e a alma e o corpo agradecem-me. Estes meses pus o stress e a ansiedade de lado, neste verão que me está parecer eterno de tão bem que me está a saber. Esta rede resume o meu verão e o meu estado de espírito: estou relaxada, recarregada e em paz. Se o vosso corpo vos pede descanso, ouçam-no.



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