As Flores Perdidas de Alice Hart, a inspiração e coragem que reside nas flores

Quão importantes podem ser as flores na vida de alguém? Elas adquirem um papel central nesta história, bem como os significados e sonhos que lhes são depositados. São, acima de tudo, uma fonte de coragem e esperança. São símbolo da perseverança e resiliência dos portadores de sofrimento e traumas. 


Alice Hart, uma menina de 9 anos, vive isolada com os pais num terreno junto à praia, num ambiente idílico, embora por vezes seja assustador e violento. Um evento revira o seu mundo de pernas para o ar, e muda-se para a quinta de flores da avó, em Thornfield. Alice aprende a linguagem das flores com a avó e restantes trabalhadoras da quinta, e o seu poder de transformação entranha-se-lhe.
No entanto, o emaranhado de histórias e segredos que assombram a família também recai sobre a jovem.

A busca pela sua identidade é constante ao longo da narrativa. Passa por várias paisagens de Austrália, e o leitor fica a conhecer os diversos cenários da natureza australiana. Para complementar, a autora aposta nos sentidos e sensações: vejo cada paisagem, sinto cada aroma (seja das flores, do mar, do deserto) e vagueio com Alice em cada subida e descida da montanha russa que é a sua vida. Não só aborda questões de identidade - e da importância desta -, como fala de violência e traumas, mas também de resistência, sobrevivência e conquista. As flores ligam cada capítulo, servido de base para contar a história singular de Alice, que através delas se encontrou a si mesma.
Uma leitura leve e em simultâneo muito emocionante. Cativou-me do início ao fim.



Comentários