Nas crenças de Gandhi, o conceito de Verdade tem a ver com crenças religiosas. O seu percurso reflete, acima de tudo, um conjunto das dimensões sociais, físicas, mentais e espirituais que foram moldando a sua vida. A dimensão espiritual acaba por ter um peso superior, resumindo-se à valorização de todos os seres vivos, à dieta e vegetarianismo e ao conceito da não-violência. Estes pilares vão moldando Gandhi na sua caminhada espiritual mas também política e social, quando começa a defender os indianos e a igualdade entre os homens, levantando também questões de ético, direitos civis, liberdade e educação.
A religião orientou a sua vida, desde a alimentação, à sua relação com os outros. Um dos princípios que o regia é o ahimsa, que consiste em não cometer violência contra outros seres. Daqui decorre a sua alimentação vegetariana, bem como o seu princípio da não-violência, também alimentado pelo Satyagraha, ou seja, pela Verdade. Apelava à desobediência civil, em vez de manifestações violentas, para chegar a um estatuto mais igualitário dos indianos. Criou uma comunidade, fundada na crença da autossuficiência, destino que também queria para a Índia. O seu relato levanta, inclusive, questões acerca da educação - os seus filhos não tiveram uma educação escolar -, acerca de relacionamentos - após alguns anos de casamento com a mulher, escolheu o celibato, considerando o desejo um entrave ao seu desenvolvimento e da mulher,
Contudo, os relatos de acontecimentos e encontros eram demasiados e por vezes era demasiado extensos. Também não é feita uma contextualização muito profunda, antes pelo contrário. Por exemplo, quando Gandhi começou a questionar a autoridade inglesa, o mesmo não dedicou grande explicação. Não foi das minhas melhores leituras, confesso, algumas páginas não me cativaram de todo. No entanto, outras partes tornaram-se interessantes pelo simples facto de relatarem momentos de mudança no pensamento.
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